Desde as sessões legislativas
do mês de abril deste ano que tenho observado os vereadores da oposição
dedicando especial preocupação com a estagnação econômica vivida atualmente
pelo mercado interno bom-jesuense, nosso comércio tem tido
previsões sombrias sobre o encerramento de atividades de diversos estabelecimentos
comerciais.
Neste início de semana uma
internauta me confidenciou que uma grande empresa de Bom Jesus do Itabapoana
estaria passando por sérias dificuldades financeiras, e que se confirmado a
possibilidade de encerramento de suas atividades, sem dúvidas que teremos um
estrondoso impacto negativo em nossa conjuntura econômica e social.
Que esta abordagem sirva de
alerta para os comerciantes e empreendedores de Bom Jesus do Itabapoana que
passam por momentos delicados com seus negócios, pois temos que fazer uma
profunda avaliação do papel que o poder público tem contribuído para o desenvolvimento
econômico do município.
Pergunto a vocês quais foram as
políticas públicas de desenvolvimento econômico implantadas pelo atual
governo que está no comando do poder desde janeiro de 2009?
Dentro do contexto de nosso
comércio, as políticas de valorização dos servidores têm ligação direta e vital
para o mercado local se desenvolver, e o que aconteceu desde 2010 foram
diversos ataques aos direitos pecuniários dos servidores que impactaram
diretamente em dezenas de estabelecimentos comerciais, com notado destaque no
corte do abono permanente que ceifou no mínimo 20% do capital circulado no
comércio pela prefeitura.
Para amenizar um pouco os
impactos negativos do corte do abono e pela desvalorização salarial já absurda,
no final de 2011 o governo teve aprovado o projeto do cartão alimentação,
criou-se ali a falsa expectativa de aquecimento do comércio ao alcance de
todos, ledo engano, haja visto que a modalidade de licitação escolhida pelo governo foi um
fiasco sob todos os aspectos, menos para o interesse escuso da prefeita.
A opção em exigir o maior
desconto do licitante para vencer o certame foi de uma infelicidade sem
precedentes, resultado é que somente 16 estabelecimentos comerciais de todo município
aderiram ao cartão da Big Card, que para vencer a licitação teve que oferecer
6% de desconto, incidindo no estabelecimento em 8% de taxa operacional, quase
todos se afugentaram deste cartão-miserável.
O ideal seria a licitação ter sido conduzina na modalidade "sorteio", como ocorreu em Cachoeiras de Macacu com a mesma Big Card sagrando-se vencedora, assim os estabelecimentos pagam somente 2% do valor da venda do produto pela taxa operacional do cartão.
O ideal seria a licitação ter sido conduzina na modalidade "sorteio", como ocorreu em Cachoeiras de Macacu com a mesma Big Card sagrando-se vencedora, assim os estabelecimentos pagam somente 2% do valor da venda do produto pela taxa operacional do cartão.
O resultado é que este
cartão-miserável não passou de mais um fiasco administrativo deste governo em
que até casos de agiotagem me foi relatado por servidores que forjaram uma
compra para somente fazer dinheiro, pagando para isso um ágio escorchante de
15%, pois em diversos casos o estabelecimento credenciado
em determinada localidade não oferece tudo que a família do servidor necessita,
tendo assim que fazer dinheiro para complementar a compra em outro
estabelecimento que não aceita o cartão.
Também há de se considerar
que este governo desde 2010 adotou a lamentável prática de realizar compras
de bens permanentes e materiais de consumo em outras praças, como em Campos dos
Goytacazes em que empresas fantasmas de fachada estão abocanhando algo em torno
de 70% do que antes era comprado em nosso comércio, vejam que em 2014 somente uma empresa, a Sero, .vendeu mais de R$ 170.000,00 paraa prefeitura em bens permanentes e materiais de consumo.
Pergunto ao diretor do departamento
de indústria e comércio se não há possibilidade de tomar medidas protecionistas
que prestigiem nosso comércio com limite de determinado valor?
Se para realizar
licitações fraudulentas em obras públicas chega ao absurdo de licitar uma obra
de mais de R$ 100.000,00 por "tomada de preços", o mesmo pode ser feito com as
referidas compras e manter nossos recursos públicos girando em nosso comércio.
Para enfraquecer ainda mais
nosso combalido comércio, o governo resolveu não cumprir com o calendário
festivo/cultural do município, as festas oficiais movimentam considerável gama
de profissionais do mercado formal e informal que sofreram um forte impacto
neste ano, além de outros estabelecimentos comerciais que indiretamente se
beneficiam com os eventos do calendário festivo oficial.
Se levarmos este debate para
o setor industrial de Bom Jesus do Itabapoana, aí que o poder executivo encampa
com louvor o papel de grande vilão de nossa estagnação econômica, bastando
visitarmos o Núcleo Industrial da Nova Bom Jesus que o retrocesso está a todo
vapor, o meio ambiente depredado e a falta de infraestrutura minimamente
decente são as principais marcas registradas deste governo que está no comando
da desordem desde janeiro de 2009 e não avançou em absolutamente nada de positivo,
a não ser os esquemas de compra e venda de terrenos de concessão pública.
Observa-se em Bom Jesus
do Itabapoana uma cidade extremamente hostil para nossos empreendedores, a
situação urbanística se deteriora a passos largos com ruas esburacadas, lixo
espalhado por todos os cantos da cidade, iluminação pública precária, rede de
abastecimento de água estourando diariamente e a criminalidade aumentando de
maneira galopante.
Que cidade resiste a tantos
desleixos por parte de seus gestores públicos?
Como pode vocês, comerciantes, empresários, industriais e profissionais da prestação de serviços, poderem vislumbrar dias melhores para Bom Jesus do Itabapoana com todo cenário traçado acima?
Vejam que eu sequer pautei o impacto econômico gerado com a retração da
capacidade de atendimento de nosso hospital.
Fiquem certos que existe soluções
e caminhos para todas essas questões abordadas acima, porém, para que se
coloque em prática todas as soluções e ideias, a sociedade produtiva de Bom
Jesus do Itabapoana tem que romper radicalmente com o sistema político local
que está evidentemente beneficiando a muitos poucos estabelecimentos e
prestadores de serviço.
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