segunda-feira, 6 de julho de 2015

A derrocada do comércio bom-jesuense segue sob a indiferença do poder executivo



Desde as sessões legislativas do mês de abril deste ano que tenho observado os vereadores da oposição dedicando especial preocupação com a estagnação econômica vivida atualmente pelo mercado interno bom-jesuense, nosso comércio tem tido previsões sombrias sobre o encerramento de atividades de diversos estabelecimentos comerciais.

Neste início de semana uma internauta me confidenciou que uma grande empresa de Bom Jesus do Itabapoana estaria passando por sérias dificuldades financeiras, e que se confirmado a possibilidade de encerramento de suas atividades, sem dúvidas que teremos um estrondoso impacto negativo em nossa conjuntura econômica e social.

Que esta abordagem sirva de alerta para os comerciantes e empreendedores de Bom Jesus do Itabapoana que passam por momentos delicados com seus negócios, pois temos que fazer uma profunda avaliação do papel que o poder público tem contribuído para o desenvolvimento econômico do município.

Pergunto a vocês quais foram as políticas públicas de desenvolvimento econômico implantadas pelo atual governo que está no comando  do poder desde janeiro de 2009?

Dentro do contexto de nosso comércio, as políticas de valorização dos servidores têm ligação direta e vital para o mercado local se desenvolver, e o que aconteceu desde 2010 foram diversos ataques aos direitos pecuniários dos servidores que impactaram diretamente em dezenas de estabelecimentos comerciais, com notado destaque no corte do abono permanente que ceifou no mínimo 20% do capital circulado no comércio pela prefeitura.

Para amenizar um pouco os impactos negativos do corte do abono e pela desvalorização salarial já absurda, no final de 2011 o governo teve aprovado o projeto do cartão alimentação, criou-se ali a falsa expectativa de aquecimento do comércio ao alcance de todos, ledo engano, haja visto que a modalidade de licitação escolhida pelo governo foi um fiasco sob todos os aspectos, menos para o interesse escuso da prefeita.
A opção em exigir o maior desconto do licitante para vencer o certame foi de uma infelicidade sem precedentes, resultado é que somente 16 estabelecimentos comerciais de todo município aderiram ao cartão da Big Card, que para vencer a licitação teve que oferecer 6% de desconto, incidindo no estabelecimento em 8% de taxa operacional, quase todos se afugentaram deste cartão-miserável. 
O ideal seria a licitação ter sido conduzina na modalidade "sorteio", como ocorreu em Cachoeiras de Macacu com a mesma Big Card sagrando-se vencedora, assim os estabelecimentos pagam somente 2% do valor da venda do produto pela taxa operacional do cartão.

O resultado é que este cartão-miserável não passou de mais um fiasco administrativo deste governo em que até casos de agiotagem me foi relatado por servidores que forjaram uma compra para somente fazer dinheiro, pagando para isso um ágio escorchante de 15%, pois em diversos casos o estabelecimento credenciado em determinada localidade não oferece tudo que a família do servidor necessita, tendo assim que fazer dinheiro para complementar a compra em outro estabelecimento que não aceita o cartão.

Também há de se considerar que este governo desde 2010 adotou a lamentável prática de realizar compras de bens permanentes e materiais de consumo em outras praças, como em Campos dos Goytacazes em que empresas fantasmas de fachada estão abocanhando algo em torno de 70% do que antes era comprado em nosso comércio,  vejam que em 2014 somente uma empresa, a Sero, .vendeu mais de R$ 170.000,00 paraa prefeitura em bens permanentes e materiais de consumo.

Pergunto ao diretor do departamento de indústria e comércio se não há possibilidade de tomar medidas protecionistas que prestigiem nosso comércio com limite de determinado valor? 

Se para realizar licitações fraudulentas em obras públicas chega ao absurdo de licitar uma obra de mais de R$ 100.000,00 por "tomada de preços", o mesmo pode ser feito com as referidas compras e manter nossos recursos públicos girando em nosso comércio.

Para enfraquecer ainda mais nosso combalido comércio, o governo resolveu não cumprir com o calendário festivo/cultural do município, as festas oficiais movimentam considerável gama de profissionais do mercado formal e informal que sofreram um forte impacto neste ano, além de outros estabelecimentos comerciais que indiretamente se beneficiam com os eventos do calendário festivo oficial.

Se levarmos este debate para o setor industrial de Bom Jesus do Itabapoana, aí que o poder executivo encampa com louvor o papel de grande vilão de nossa estagnação econômica, bastando visitarmos o Núcleo Industrial da Nova Bom Jesus que o retrocesso está a todo vapor, o meio ambiente depredado e a falta de infraestrutura minimamente decente são as principais marcas registradas deste governo que está no comando da desordem desde janeiro de 2009 e não avançou em absolutamente nada de positivo, a não ser os esquemas de compra e venda de terrenos de concessão pública.

Observa-se em Bom Jesus do Itabapoana uma cidade extremamente hostil para nossos empreendedores, a situação urbanística se deteriora a passos largos com ruas esburacadas, lixo espalhado por todos os cantos da cidade, iluminação pública precária, rede de abastecimento de água estourando diariamente e a criminalidade aumentando de maneira galopante.

Que cidade resiste a tantos desleixos por parte de seus gestores públicos? 

Como pode vocês, comerciantes, empresários, industriais e profissionais da prestação de serviços, poderem vislumbrar dias melhores para Bom Jesus do Itabapoana com todo cenário traçado acima? 

Vejam que eu sequer pautei o impacto econômico gerado com a retração da capacidade de atendimento de nosso hospital.
Fiquem certos que existe soluções e caminhos para todas essas questões abordadas acima, porém, para que se coloque em prática todas as soluções e ideias, a sociedade produtiva de Bom Jesus do Itabapoana tem que romper radicalmente com o sistema político local que está evidentemente beneficiando a muitos poucos estabelecimentos e prestadores de serviço.

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